HOMENAGENS



1° FETUBA
TROFÉU: MOSTRA VICÊNZIA
HOMENAGEADO: PATRÍCIA VICÊNZIA

Na primeira edição do FETUBA - Festival de Teatro de Ubá, não podíamos escolher outra pessoa para homenagear. Patrícia Vicenzia, educadora e amante incansável da arte, foi quem por 6 anos carregou o estandarte do Festival de Teatro Mostra Vicenzia, antigo Festival de Teatro de Ubá. Criadora e diretora do projeto da mostra de teatro, Patrícia acreditava que uma cidade com a carga cultural de Ubá, berço de tantos artistas, não poderia ficar sem um evento destinado as artes cênicas. O Festival Mostra Vicênzia cresceu, e em sua última edição no ano de 2007 contou com a presença de cerca de 30 grupos teatrais de vários estados do Brasil. Esta mulher lutadora, acreditava que sonhos são possíveis quando nos unimos aos que acreditam que podem realizá-los. Ela e seu batalhão de crianças e adolescentes, artistas, sonhadores e trabalhadores, tornaram este sonho realidade. Durante seis anos, trouxeram teatro  para a população de Ubá. Durante seis anos, acolheram com amor e carinho  artistas de todo o Brasil. Durante seis anos, engrandeceram  a cultura de nossa cidade. É pena que Ubá ainda seja tão pequena para corações do tamanho do de Patrícia e de sua equipe. É pena que Ubá ainda seja tão pequena pra tantos talentos. É pena que um evento desta relevância tenha se perdido em uma cidade tão capaz financeiramente, mas que  ainda parece engatinhar intelectualmente. Muitos podem não entender a importância disso tudo,  mas nós entendemos. Obrigado Patrícia Vicência e família. Obrigado membros do antigo Grupo de Teatro Vicênzia. O Festival de Teatro de Ubá - FETUBA,  é filho de vocês, e agradece por existir.




2° FETUBA
TROFÉU: ÓPERA DO MALANDRO
HOMENAGEADO: PAULO LANNA

Filho do senhor Jarbas Domingues Lanna e da senhora  Paula Martins Lanna, Paulo desde criança era encantado por teatro.  Sempre participava das peças de escola com mil idéias mirabolantes.  Cresceu mas tinha medo de dizer ao pai que apesar do tino para negócios, queria mesmo era o teatro.  Paulo ganhou um concurso teatral na Gamma Filho e uma bolsa de estudos. Seu pai ficou orgulhoso e decidiu dar o dinheiro que gastaria com a faculdade para que Paulo fizesse a vida no Rio de Janeiro. Seu primeiro espetáculo foi o Auto da Compadecida em 80.  Depois encenou vários espetáculos como, Santo Inquérito, Grito de Alerta e outros.  Em 83 fez um ano de Tablado, a clássica escola teatral do Rio,  e encenou A Bruxinha que era Boa de Maria Clara Machado. Em 84 foi formou-se na CAL, Casa de Artes Laranjeira.  Encenou os espetáculos, Metamorfose e Ubu, dirigidos por Luis Antônio Martinez Correa,  e foi dirigido por Bia Lessa no musical  Idéias e Repetições. No Rio de Janeiro, Paulo teve contato com os grandes  nomes do teatro brasileiro e da TV. Retornando a Ubá, realizou muitos trabalhos na área teatral. Espetáculos como: Metamorfose, Arena Conta Zumbi e Aurora da Minha Vida foram encenados em Ubá. No ano de 89 Paulo fez mestrado em Direção Teatral na New York University. Retornou em 90 e montou o musical Encontro com Antônio Maria  com direção musical de Aparecida Camilloto, e a participação  de Miúcha Trajano, Élison Pizziolo, Sérgio Bandália,  Mauro Paulino, Magno e Marcos 70 e outros.  Ganhou o 1º Concurso de Poesia de Ubá com o poema Paz e Amor. Em 1991, o diretor de teatro visionário,  causa um grande rebuliço em Ubá. Monta o espetáculo musical “Os Puris”, contado a histórias desta tribo e a tomada da região pelos coronéis.  Com um cenário imenso erguido em meio a mata, ocas indígenas, um grande coral cantando a trilha em Tupi Guarani  regido pelo maestro Marum e com um elenco de cerca de  400 pessoas ou mais, o espetáculo deixou a platéia de boca aberta. Em 1993, ganha o 1º lugar do festival de teatro do SESI  com o espetáculo Idéias e Repetições,  e em 1994 monta Ubu Rei de Alfred Jerry. Durante grande período de sua vida, Paulo teve todo  seu amor voltado para a arte e a cultura. Paulo montou no Armarinho Santo Antônio uma biblioteca com 5.973 livros, catalogados a mão por ele próprio.  Um trabalho de meses e meses a fio. Essa biblioteca infelizmente teve seus 5.973 exemplares jogados no lixo. Paulo se afastou do teatro e decidiu trabalhar como empresário ficando no ramo de arte e decoração por cerca de 17 anos. Em 2011 Paulo voltou aos palcos no espetáculo Sassaricando. Hoje Paulo Lanna é secretário de cultura usando sua experiência em artes plásticas e decoração dedicando-se principalmente a trabalhos de restauração visual da cidade. Obrigado Paulo Lanna, por sua sensibilidade e talento. O Festival de Teatro de Ubá agradece.



3° FETUBA 
TROFÉU: PALHAÇO GRAVATINHA 
HOMENAGEADO: JOÃO BATISTA BRESSAN 

No primeiro ano do FETUBA nossa homenagem foi ao antigo festival de teatro de Ubá, a Mostra Vicenzia. Se hoje o FETUBA existe é porque nos espelhamos no sucesso do antigo festival e no exemplo de Patrícia Vicenzia, educadora  e amante incansável da arte.  Em 2012, queríamos alguém que fosse um ícone do teatro ubaense. Foi assim que escolhemos Paulo Lanna. O homem que hoje ocupa o cargo de Secretário de Cultura de Ubá foi longe. Começou ainda jovem na carreira teatral, foi de mala e cuia aprender teatro com os grandes no Rio de Janeiro e chegou a Nova Iorque. Bom, essa grande arte chamada teatro tem muitas facetas. Homenageamos uma grande mulher que começou com um sonho pequenino de festival, que no ultimo ano trouxe mais de 30 grupos  teatrais de todo o Brasil pra dentro de Ubá.  Homenageamos um homem visionário, que montou espetáculos grandiosos com mais de 400 pessoas no elenco. E hoje com muita emoção, homenageamos aquele que ninguém vê. Aquele que não tem muitos diplomas, aquele que não tem tanto brilho, aquele que não tem tantos troféus, não tem fama, não tem glamour, mas sempre esteve lá. Aquele, que mais do que qualquer um de nós é a essência do teatro.O teatro é tão antigo quanto o homem que antes de aprender a se expressar com palavras se expressava através da mímica, com gestos que expressavam sentimentos do presente, narravam fatos do passado e previam acontecimentos do futuro. O teatro nasceu nas cavernas e tomou as ruas, e o artista de rua, mesmo que marginalizado e ofuscado pelo brilho das grandes produções, sempre será a alma do fazer teatral. João Batista Bressan, embaixo do casaco sujo do palhaço de rua existe um diamante. Por volta de 1987 ele descobriu que tinha alma de palhaço.  Isso não é grande vantagem, é quase como descobrir uma doença,  pois só quem tem teatro na veia sabe o quanto se sofre.  Bressan é palhaço de circo.  Trabalhou por anos em circos como La Paz, Globo e outros. Todo mundo que tem alma de palhaço, um dia descobre o nome dele.  O palhaço é tipo uma entidade independente que vive dentro do artista  que nasceu pra fazer rir. Ele começa se manifestando com piadinhas inocentes, brincando aqui e ali, e chega um dia que ele nasce, daí, toda vez que o nariz vermelho vai pro rosto o palhaço toma conta. O palhaço do Bressan é o Gravatinha, que nasceu por volta do  ano de 1995. Há quase 20 anos, Bressan criou seu próprio grupo de teatro,  o Rizada Livre Show. No repertório do grupo estão as peças:  Eterna Infância, Romeia e Julieu, O Gago, Heróis Complicados, O Medico, O Belo Adormecido, A Dona Baratinha, Mãe de Verdade e outras.  A maioria das peças encenadas por Bressan foram escritas por ele mesmo,  ou adaptações muito bem humoradas de clássicos feitas por ele.  Em 2010 fez parceria com a Cia de Teatro Rastro dos Astros em Ubá e apresentaram o espetáculo As Desaventuras Amorosas de Midubim e Maribunda, que além da temporada em Ubá foi para festivais de teatro em Congonhas, São João Nepomuceno, Conselheiro Lafaiete e  Governador Valadares. O teatro de Bressan é simples, sem grande produção, nada acadêmico, cru mesmo, obra surgida da rua, mas engana-se quem pensa que ele não tem sua importância. Além do trabalho no palco, Bressan desenvolve até hoje um grande trabalho de ação social e utilidade pública, oferecendo cursos de teatro e peças gratuitas as minorias.  Bressan trabalhou em vários projetos sociais como: Viver na Vila,  Luminar, Junasa entre outros. Inúmeros bairros da cidade foram beneficiados com seus trabalhos dentro dos referidos projetos e também com projetos do Rizada Livre Show.  Desde 2007 Bressan representa Jesus no maior espetáculo de Paixão de Cristo  em nossa cidade. Mas com certeza o maior trabalho social desenvolvido por Bressan,  foi o trabalho junto ao Centro da Melhor Idade Rosa Mauad Jacob.  Por mais de 10 anos ele é parceiro do centro da melhor idade,  oferecendo todo amparo e atenção aquela instituição.  Bressan esteve junto ao centro oferecendo oficinas de teatro e participando do Projeto Ciranda, também ajudou no processo de reforma da Estação Ferroviária e  na promoção de eventos de arrecadação de verbas para a casa,  seu ultimo grande trabalho foi o Projeto MelhorArte na Estação Ferroviária juntamente com o ator e produtor cultural de Ubá Evandro Lima,  o projeto trouxe inúmeros grupos de fora para se apresentar em Ubá a preços populares. Hoje também aventura-se pelo mundo do cinema e do teatro empresarial. A pureza e a inocência do sorriso do Palhaço Gravatinha, são a certeza de  que Bressan tem um sério problema, ele tem um segredo, algo escondido,  algo muito raro e difícil de se encontrar nos dias de hoje.  O palhaço Gravatinha, carrega um coração grande demais.



4º FETUBA
TROFÉU: CLOWN & BALLERINA
HOMENAGEADO: FABRÍCIO SERENO

Todos os anos escolhemos o nome de uma personalidade artística ubaense, que tenha algum tipo de importância dentro da cena teatral local. No 4º FETUBA, escolhemos alguém para representar a luta cotidiana pelo respeito ao artista, pela dignidade no fazer teatral, pela formação de platéia. Poderíamos agora, desfiar aqui uma biografia clássica, mas acreditamos que essa não seria a melhor forma de traduzir a todos quem é Fabrício Sereno, nosso homenageado em 2014. Fabrício é ubaense, membro da família Sereno, mas que de sereno não tem nada. Quem conhece sabe que o menino sempre foi espevitado e como diria o dito popular, sempre foi “fogo na roupa”. Desde cedo manifestou seu gosto pela arte, Fabricio desenha, e muito bem, e não é atôa que optou por fazer faculdade de artes plásticas, formando-se em Licenciatura Plena em Educação Artística, com habilitação em Artes Plásticas na cidade de Belo Horizonte. Mas não enveredemos aqui para escolaridade, títulos ou menções, estamos falando de um cara visceral, e não há forma melhor de retratar isso do que mostrando como ele realmente é. Um cara criativo e versátil que curte desde o mundo nerd até as artes marciais. Mas voltando a falar de teatro, a importância e representatividade de Fabrício Sereno no cenário artístico ubaense é incontestável, não só para o teatro, mas pelo fato dele por muitos anos ter lecionado como professor de artes em várias escolas da cidade e também por seu trabalho como crítico cultural escrevendo por exemplo na coluna jornalística ParlaDemo dentre outros escritos. Fabrício desde muito novo se interessou pelo teatro, talvez pela energia contagiante dessa arte, ou pelo fato dela dar a oportunidade de expressão de idéias, sentimentos, e por seu poder de formação de opinião. Fabrício deu início aos trabalhos do Grupo Teatro FezeFaiz com muita garra e determinação. No período de atuação do grupo na cidade tinham uma média de pelo menos 3 espetáculos montados por ano com temporadas longas realizadas no auditório do Colégio Estadual Raul Soares, sede do grupo na época. O grupo realizou um incrível trabalho de formação de platéia, incentivando as pessoas a ir ao teatro e darem valor a essa arte. Dentro da lista de trabalhos do grupo em Ubá existem espetáculos como: A Escola da Floresta, Circo Hip Hop, Namunda, A Trupe Atrapalhada, Ser ou Não Ser Ator dentre outros, bem como no ano de 2006 em parceria com a Companhia dos Atores do Brasil (CAB/UBÁ) os espetáculos A Princesa e o Pássaro, Sorria Você Está Sendo Filmado e O Monstro. Como legado, o grupo deixou não só um ótimo repertório e um grande projeto de formação de platéia, mas a fundação no ano de 2005 da Associação FezeFaiz de Promoção da Cultura e das Artes, entidade extremamente atuante até hoje e que está atualmente a frente do projeto FETUBA. Ainda em seu grupo, Fabrício começou a desenvolver a pesquisa em cima das linhas de teatro improviso e clown (palhaço), e para aprimorar seus estudos na área decidiu sair de Ubá e se instalar em Juiz de Fora. É sempre bom ampliar horizontes, e esta saída de Fabrício de nossa cidade foi crucial para a guinada em sua carreira e crescimento profissional e pessoal incontestáveis. Poderíamos ficar aqui destrinchando o currículo artístico de 8 páginas corridas mas seria inviável. O que podemos dizer é que nestes anos de afastamento Fabrício construiu não só uma carreira profissional magnífica, mas obteve grande reconhecimento de seu trabalho. Participou de vários intercâmbios culturais e foi premiado em vários festivais. Fundou com sua esposa Melissa Travaginni a P&B Teatro e Dança destacamos alguns espetáculos: Caixa Preta Histórias Improvisadas, Riso & Prosa, O Fanfarrão, O Palhaço Cremoggema, O Auto das Almas de Hades, Improvisô, O Palhaço e A Bailarina: Dois mundos, Uma História de Amor, A Morte da Cachorra Pretinha, espetáculo convidado de encerramento do FETUBA. É importante que a cidade de Ubá saiba quem é Fabrício Sereno e reconheça sua extrema contribuição para o fazer teatral local, mas principalmente para seus familiares, e para os que escreveram esta homenagem, Fabrício não é só um grande artista, mas um cara muito, muito, mas muito mesmo BACANUDO DEMAIS DA CONTA!!!!